Natal na Champs-Elysées


Ontem foi dia 24 de dezembro e pela primeira vez na minha vida eu não passei a noite de Natal em casa, ou com a família, ou no meu país. E o resultado foi: farofa na Champs-Elysées. Ou melhor, nem farofa teve porque não tinha comida. Ha!

Decoração da Champs-Elysées para o Natal 2014. Foto por mim mesma.

Tudo começou quando um casal de amigos brasileiros que conheci aqui, a Maria Júlia e o Douglas, e eu nos demos conta de que não seria possível fazermos uma ceia de Natal no apartamento de nenhuma das pessoas envolvidas (incluindo pais e amigos deles) porque moramos em mini-apartamentos ou então apartamentos sem mesa, com mesa pequena, sem pia da cozinha etc. Aí começamos a nos indagar onde diachos íamos passar o Natal. Não queríamos fazer reserva em algum restaurante porque íamos gastar todo o salário de um mês em um jantar e além do mais já estava em cima da hora. Até que Maju saiu com a ideia de passarmos na famosa, épica, ostentação, Avenue de Champs-Elysées, no Marché de Noël (Mercado de Natal) que fica montado lá nesta época do ano, cheio de barracas de crepe de Nutella, queijos, churros, vinho quente e outras delícias. Com uma pesquisa o Google, vimos que o mercado supostamente estaria aberto até as 23h. Levaríamos vinho e algum petisco e tudo estaria bem.

Naquele frio mágico de dezembro (sqn), nos arrumamos, saímos de casa e nos encontramos todos na Champs-Elysées, por volta das 22h, em frente àquela loja da Disney na qual eu não posso entrar porque sou possuída pelo ritmo Ragatanga e SEMPRE acabo comprando um Pateta de pelúcia, um Wall-E de pelúcia, um Cheshire Cat de pelúcia, e por aí vai. A sorte é que ela estava fechada. O problema era que TODO O RESTO TAMBÉM ESTAVA FECHADO.

Caminhamos pela avenida e encontramos absolutamente TUDO fechado, todas as barracas do Marché de Noël, até a Roue de Paris, a roda-gigante da Place de la Concorde, TUDO fechado. E nem éramos os únicos desavisados que estávamos por lá. A rua estava cheia de pessoas caminhando aleatoriamente, tirando fotos da decoração de Natal, e tals, mas não havia nada aberto nem para comprar um crepezinho. Encontramos até um sósia do Samuel L. Jackson e um suposto jogador do PSG, mas quem eu queria encontrar mesmo passeando desavisado pela Champs-Elysées era o Orlando Bloom. Enfim, Acho que o Orlando sabia que tudo estaria fechado e nem perdeu tempo.

A solução foi pararmos numa barraquinha vazia, abrirmos os vinhos, comermos os amendoins e castanhas de caju, depois abrirmos o champanhe, brindarmos, tirarmos fotos, rir da nossa lerdeza em não nos darmos conta de que as pessoas iam pra casa fazer a ceia com suas famílias e depois voltar caminhando em direção ao Arco do Triunfo para pegarmos um metrô antes que ele parasse de funcionar. As pessoas que passavam mexiam com a gente (e saíam sem graças porque não entendíamos as gírias do gueto que elas usavam, logo as provocações eram inúteis), e uns pobres moços da prefeitura ou sei lá o quê (porque não eram policiais) estavam trabalhando, andavam sozinhos ou ficavam parados em cantinhos.

A farofa sem farofa. 
Com a fome apertando, decidimos procurar um McDonald's aberto porque certamente algum deles tinha que estar. Eu nunca tinha visto um Mc fechado. Até ontem de noite. Os dois da Champs. Fechados. Foi um soco no estômago encontrar o M amarelo, sempre tão reluzente, apagado. A sorte é que tinha um Quick (um restô de fast-food primo do Mc, mas com batatas-fritas não tão boas) estava aberto, e nós ficamos só 40 minutos na fila pra pegar uns sorvetes, que tivemos que tomar correndo e voar para o metrô antes que fechasse e tivéssemos que caçar um Night Bus.

E esta foi a minha (nossa) noite de Natal na Champs-Elysées, Diferente e única.

A todos, um Joyeux Noël! Feliz Natal! :)


PS: esta é uma musiquinha fofa que anda tocando nas paradas francesas. Enjoy!

Um comentário:

  1. Miga, se vc entrasse sempre no CONEXÀO PARIS nào teria entrado nessa fria. Eu que estou no Brasil fico sempre informada do que vai acontecer ai, onde ir, onde comer, o que fazer. bjs

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